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sexta-feira, março 20, 2009

Quando me tornei invisivel

 
 
 
 
 
 
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Já não sei em que data estamos.
Lá em casa não há calendários e na minha memória
as datas estão todas misturadas.
Me recordo daquelas folhinhas grandes, uns primores,
ilustradas com imagens dos santos
que colocávamos no lado da penteadeira.
Já não há nada disso.
Todas as coisas antigas foram desaparecendo.
E sem que ninguém desse conta,eu me fui apagando também...
Primeiro me trocaram de quarto,pois a família cresceu.
Depois me passaram para outro menor ainda
com a companhia de minhas bisnetas.
Agora ocupo um desvão,que está no pátio de trás.
Prometeram trocar o vidro quebrado da janela,
porém se esqueceram,e todas as noites
por ali circula um ar gelado
que aumenta minhas dores reumáticas.
Mas tudo bem...
Desde há muito tempo tinha intenção de escrever,
porém passava semanas procurando um lápis.
E quando o encontrava,eu mesma voltava a esquecer
onde o tinha posto.
Na minha idade as coisas se perdem facilmente:
claro, não é uma enfermidade delas,
das coisas, porque estou segura de tê-las,
porém sempre desaparecem.
Noutra tarde dei-me conta que minha voz
também tinha desaparecido.
Quando eu falo com meus netos
ou com meus filhos não me respondem.
Todos falam sem me olhar,
como se eu não estivesse com eles,
escutando atenta o que dizem.
As vezes intervenho na conversação, segura de que o que vou lhes dizer
não ocorrera a nenhum deles,e de que lhes vai ser de grande utilidade.
Porém não me ouvem,não me olham,não me respondem.
Então cheia de tristeza me retiro para meu quarto
e vou beber minha xícara de café.
E faço assim, de propósito,
para que compreendam que estou aborrecida,
para que se dêem conta que me entristecem e venham buscar-me
e me peçam perdão …Porém ninguém vem....
Quando meu genro ficou doente,
pensei ter a oportunidade de ser-lhe útil, lhe levei
um chá especial que eu mesma preparei.
Coloquei-o na mesinha e me sentei a esperar que o tomasse,
só que ele estava vendo televisão e nem um só movimento
me indicou que se dera conta da minha presença.
O chá pouco a pouco foi esfriando…e junto com ele, meu coração...
Então noutro dia lhes disse que quando eu morresse
todos iriam se arrepender.
Meu neto menor disse:“Ainda estás viva vovó? “.
Eles acharam tanta graça,que não pararam de rir.
Três dias estive chorando no meu quarto,
até que numa manhã entrou um dos rapazes
para retirar umas rodas velhas e nem o bom dia me deu.
Foi então quando me convenci de que sou invisível...
Parei no meio da sala para ver,
se me tornando um estorvo me olhavam.
Porém minha filha seguiu varrendo sem me tocar,
os meninos correram em minha volta,
de um lado para o outro,sem tropeçar em mim.
Um dia se agitaram os meninos,e me vieram dizer
que no dia seguinte nós iríamos todos passar um dia no campo.
Fiquei muito contente. Fazia tanto tempo que não saía
e mais ainda ia ao campo!
No sábado fui a primeira a levantar-me.
Quis arrumar as coisas com calma.
Nós os velhos tardamos muito em fazer qualquer coisa,
assim que adiantei meu tempo para não atrasa-los.
Rápido entravam e saíam da casa correndo
e levavam as bolsas e brinquedos para o carro.
Eu já estava pronta e muito alegre,
permaneci no saguão a espera-los.
Quando me dei conta eles já tinham partido e o auto desapareceu
envolto em algazarra,compreendi que eu não estava convidada,
talvez porque não coubesse no carro...
...Ou porque meus passos tão lentos impediriam que todos os demais
caminhassem a seu gosto pelo bosque.
Senti claro como meu coração se encolheu a minha face ficou tremendo
como quando a gente tem que engolir a vontade de chorar.
Eu os entendo,eles vivem o mundo deles.
Riem, gritam,sonham, choram,se abraçam, se beijam.
E eu,já nem sinto mais o gosto de um beijo.
Antes beijava os pequeninos,era um prazer enorme
tê-los em meus braços,como se fossem meus.
Sentia sua pele tenrinha e sua respiração doce bem perto de mim.
A vida nova me produzia um alento e até me dava vontade
de cantar canções que nunca acreditara me lembrar.
Porém um dia minha neta Laura, que acabava de ter um bebé
disse que não era bom que os anciãos beijassem aos bebés,
por questões de saúde...
Desde então já não me aproximo deles,
não quero lhes passar algo mal por minhas imprudências.
Tenho tanto medo de contagiá-los !
Eu os bendigo a todos e lhes perdoo, porque...
“Que culpa tem os pobres de que eu me tenha tornado
i n v i s í v e l ?”
< center>
Texto Original:El dia que me volvi invisible"
Autora: Sílvia Castillejon Peral
Origem: Cidade do México-2002
 
Imagem: Google
 

Brasilwiki !

Reporter: Mirna Cavalcanti de Albuquerque

 
 
 
 

Angel Charlie

quarta-feira, fevereiro 25, 2009

Incrivel

 

"O crime foi um acto de desespero pela sua situação financeira", dizem as autoridades judiciais. Uma outra criança de dois anos ficou ferida.






Uma mulher matou dois dos seus filhos e feriu gravemente um terceiro, tendo em seguida tentado o suicídio com uma faca, na cidade de Três Valles, no estado de Veracruz, Golfo México, divulgaram hoje as autoridades locais. De acordo com a Procuradoria Geral daquele estado mexicano, a mãe das crianças, cuja identidade não foi revelada, tem 35 anos e "o crime foi um acto de desespero pela sua situação financeira". A autora do crime, Ofelia Romero Parra, adormeceu, domingo, as três crianças na sua cama e, em seguida, cortou-lhes o pescoço para as tentar matar, relatam fontes ligadas à investigação. Alguns minutos mais tarde chegou a casa o marido e pai das crianças, Alvaro Cruz Aburto, que tentou salvar a vida dos quatro, mas só foi capaz de impedir a morte de sua filha Naciel, de 2 anos, agora a recuperar no hospital regional de Veracruz, e da mulher. As vítimas foram Bruno e Naomi, de 4 e 5 anos respectivamente, que acabaram por morrer no local, confirmou o Ministério Público mexicano.

Fonte: Expresso.pt

Assusta-me a possibilidade de que a crise que já nos assola, possa gerar mais casos sililares, esperemos que não!

quinta-feira, janeiro 29, 2009

Martha Medeiros

martha

E o que é que ela vê nele? Nossos amigos se interrogam sobre nossas escolhas, e nós fazemos o mesmo em relação às escolhas deles. O que é, caramba, que aquele Fulano tem de especial? E qual será o encanto secreto da Beltrana? Vou contar o que ela vê nele: ela vê tudo o que não conseguiu ver no próprio pai, ela vê uma serenidade rara e isso é mais importante do que o Porsche que ele não tem, ela vê que ele se emociona com pequenos gestos e se revolta com injustiças, ela vê uma pinta no ombro esquerdo que estranhamente ninguém repara, ela vê que ele faz tudo para que ela fique contente, ela vê que os olhos dele franzem na hora de ler um livro e mesmo assim o teimoso não procura um oftalmologista, ela vê que ele erra, mas quando acerta, acerta em cheio, que ele parece um lorde numa mesa de restaurante mas é desajeitado pra se vestir, ela vê que ele não dá a mínima para comportamentos padrões, ela vê que ele é um sonhador incorrigível, ela o vê chorando, ela o vê nu, ela o vê no que ele tem de invisível para todos os outros. Agora vou contar o que ele vê nela: ele vê, sim, que o corpo dela não é nem de longe parecido com o da Daniella Cicarelli, mas vê que ela tem uma coxa roliça e uma boca que sorri mais para um lado do que para o outro, e vê que ela, do jeito que é, preenche todas as suas carências do passado, e vê que ela precisa dele e isso o faz sentir importante, e vê que ela até hoje não aprendeu a fazer um rabo-de-cavalo decente, mas faz um cafuné que deveria ser patenteado, e vê que ela boceja só de pensar na palavra bocejo e que faz parecer que é sempre primavera, de tanto que gosta de flores em casa, e ele vê que ela é tão insegura quanto ele e é humana como todos, vê que ela é livre e poderia estar com qualquer outra pessoa, mas é ao seu lado que está, e vê que ela se preocupa quando ele chega tarde e não se preocupa se ele não diz que a ama de 10 em 10 minutos, e por isso ele a ama mesmo que ninguém entenda. Achei este texto da autora Martha Medeiros que adorei e decidi guardar! Martha Medeiros

sábado, agosto 25, 2007

Amado Angel Charlie

bluedoor
Quando bateram na minha,
porta eu estava naqueles dias,
carrancudo, espreguiçando,e mesmo assim constatei que quando nos batem na porta,
nunca perguntamos (que foi),
normalmente perguntamos (quem é).
Isto deveria aplicar-se,
na nossa abordagem aos nossos novos amigos, e, isto para que não se observa-se
a tendência natural que nós temos,
para pré julgar as pessoas pelo que foram,
ou porque estiveram privados da liberdade,
ou porque tiveram fases menos boas,
ou indignas no seu passado,
muitas vezes,
não somos suficientemente justos,
nem criteriosos, e não sabemos avaliar condignamente que nos aborda,
e nem nos queremos dar ao trabalho,
de ponderar que suas verdadeiras intenções
são carregadas de sentimentos verdadeiros,
e que não há outra ideia ,
que não seja a de cativar nossa amizade, erramos por julgamentos precipitados,
e que não usam de imparcialidade,
e o mais flagrante,
é que não paramos um pouco para ouvir,
nem tão pouco para julgar-mos
o nosso próprio passado ,antes de julgar
e condenar outrem,
todo o ser humano é falível...
Também é moldável,
e passível de recuperação.
Por isso creio, que devemos dar sempre,
o benefício da dúvida,
e acreditar que tudo e todos os seres humanos deste universo são filhos de Deus,
são mais valias,
na nossa episódica passagem pela vida,
há realmente que tirar de todas as ocorrências da nossa vida o que há de bom,
ser e ter pensamento positivo.
E ainda batendo à minha porta,
(porque foi esse o inicio ) insistentemente, estava algo que eu por momentos ignorei,
depois quando finalmente a abri,
era tarde demais,
só havia um papel,
com as seguintes palavras escritas:
Sou a A AMIZADE E A FELICIDADE,
tenho pena mas não volta a bater a esta, porta!Um pré julgamento ,
pode deitar a perder anos de felicidade
e de partilha de uma tremenda amizade!
Por isso, minha porta está sempre aberta,
se és amigo não quero saber quem foste,
quero só saber que és meu amigo.
Por isso aqui publicamente,
eu peço desculpa aos que julguei
sem ouvir,
e sobretudo aqueles que nem julguei.
Mais ainda peço perdão a todos,
quantos magoei por qualquer razão,
contudo saibam que no meu coração,
hoje há lugar para todos.
Th.C.
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Resgate

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Meu Resgate
Tu encontraste-me como barco à deriva
Solto na vida.
Abandonado ante um lago de aflições,
De casco quase roto, a amarra roída
Entregue às desditas da vida,
Prestes a afundar, naufragar,
Ser tragado pelas imensidão das desilusões.
Eu já e sem esperança, aturdida
Vagueava assim perdida.
Aí tu encontraste-me
E de boa vontade ao meu barco
Lanças-te os estames.
Mostrando-me o seguro cais
Onde finalmente iria calar meus ais,
Aportei-me em teu coração
Onde hoje estou segura
A viver da vida a emoção
De receber em novas cores
De tua boca a essência, tais sabores,
Sabores de teus beijos
Dos quais com certeza não me queixo,
De receber aos milhões,
Por cada lágrima caída,
E por todas as alegrias
Até então inexistentes.
Por tudo isso és pois agora ,
O mestre, o capitão,
Desta nau resgatada,
Desse lago, dessa imensidão,
Onde me arrancas-te
Das garras da solidão.
De Theresinha Coelho