quinta-feira, maio 26, 2011

Resgatada

Tu encontraste-me como barco à deriva
Solto na vida.
Abandonado ante um lago de aflições,
De casco quase roto, a amarra roída
Entregue às desditas da vida,
Prestes a afundar, naufragar,
Ser tragado pelas imensidão das desilusões.
Eu já e sem esperança, aturdida
Vagueava assim perdida.
Aí tu encontraste-me
E de boa vontade ao meu barco
Lanças-te os estames.
Mostrando-me o seguro cais
Onde finalmente iria calar meus ais,
Aportei-me em teu coração
Onde hoje estou segura
A viver da vida a emoção
De receber em novas cores
De tua boca a essência, tais sabores,
Sabores de teus beijos
Dos quais com certeza não me queixo,
De receber aos milhões,
Por cada lágrima caída,
E por todas as alegrias
Até então inexistentes.
Por tudo isso és pois agora
O mestre, o capitão,
Desta nau resgatada,
Desse lago, dessa imensidão,
Onde me arrancas-te
Das garras da solidão.

Sem comentários: